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A igreja engajada

Nunca fui militar, mas sempre gostei da disciplina e da vida militar. No início de minha adolescência observava os jovens se alistarem para o exército e o deixarem depois de um ano, enquanto outros que tinham começado a servir no mesmo período continuavam. A explicação que os amigos me deram foi a seguinte: os que saíam tinham cumprido o serviço obrigatório, enquanto os que continuavam tinham se engajado na vida militar. Eles decidiram permanecer.

Como soldados do exército de Deus, cada um de nós é um engajado. Mais que apenas um cidadão civil, ou soldados que cumprem apenas o serviço obrigatório, somos ativos e permanentes soldados a serviço de nosso comandante maior, o Senhor Jesus Cristo. A vida militar tem uma identidade clara; entre elas estão a unidade e a obediência à voz de comando. Quero considerar essas duas qualidades aplicáveis à vida da igreja em duas passagens do Antigo Testamento:

A Torre de Babel: Conquanto trate-se de uma ilustração negativa, a lição pode ser positiva. A Bíblia diz que “no mundo todo havia apenas uma língua, um só modo de falar”. Todos os homens se fixaram num mesmo lugar e resolveram construir uma cidade com uma torre que alcançasse os céus. Ao considerar tal comportamento, Deus disse: “Eles são um só povo e falam uma só língua, e começaram a construir isso. Em breve nada poderá impedir o que planejam fazer” (Gn 11.1-6). A intenção daqueles homens era a fama egoísta e prepotente. Mas, tirando a má intenção deles e aplicando essas palavras para a unidade da igreja, é exatamente isso que precisamos ser: um só povo, falar a mesma língua, e fazer o que planejamos. Para uma igreja dividida Paulo escreveu: “Irmãos, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo suplico a todos vocês que concordem uns com os outros no que falam, para que não haja divisões entre vocês; antes, que todos estejam unidos num só pensamento e num só parecer” (1 Co 1.10). Devemos ter uma só maneira de falar sobre a igreja, ver as coisas do mesmo modo, e termos as mesmas opiniões. Assim é a unidade.

Gideão e os trezentos: Deus chamou Gideão para liderar a libertação de seu povo da opressão midianita. Vinte e dois mil aceitaram a convocação. Deus mandou diminuir a tropa e ficaram dez mil. Mas Deus disse para Gideão que ainda havia gente demais. Finalmente, ficaram trezentos homens; os demais voltaram para suas casas (Jz 7.1-8). Aqueles soldados foram para o combate sob o comando de Gideão. O grito de guerra deles era: “Pelo Senhor e por Gideão!” (Jz 7.18). Temos aqui um princípio prático aplicável a igreja hoje. A igreja deve ser vista nos trezentos engajados para a batalha, sob a liderança de Gideão. Na Igreja de Jesus ninguém é voluntário ou expectador. Todos são engajados para servir ao Senhor com alegria, obediência e unidade. A voz de comando hoje para nós é a Bíblia, a Palavra de Deus. Ela nos é ministrada através da liderança que Deus colocou na igreja. Cada crente é um ministro, cada crente é um sacerdote, cada crente fala com Deus e ouve a Deus. Mas cada crente deve obedecer aos seus líderes e submeterem-se à autoridade deles (Hb 13.17).

Jesus disse: “Todo reino dividido contra si mesmo será arruinado, e toda cidade ou casa dividida contra si mesma não subsistirá” (Mt 12.25). A igreja não avançará se não tiver unidade. Devemos desenvolver essa unidade em nossa linguagem acerca da igreja, nas opiniões e na maneira de ver a obra de Deus entre nós. Nós somos o santuário de Deus. O Espírito de Deus habita em nós. A igreja é sagrada. Se alguém destrói a unidade da igreja, Deus o destruirá (1 Co 3.16-17).

Faça você mesmo, todo o esforço para conservar a unidade da igreja (Ef 4.3). Não seja rebelde e não se associe com os tais. A rebelião é própria do Diabo (1 Sm 15.23). Seja obediente. A ovelha ouve a voz do seu pastor e o segue (Jo 10.2-4).

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