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Vendo além do sofrimento

“Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, Pai das misericórdias e Deus de toda consolação, que nos consola em todas as nossas tribulações, para que, com a consolação que recebemos de Deus, possamos consolar os que estão passando por tribulações” (2 Co 1.3-4).

Ainda hoje li uma frase atribuída a Ésquilo que diz: “A verdadeira sabedoria está em não parecermos sábios”. Isso se aplica bem a Eliú, um jovem que observava a conversa entre Jó e os seus amigos. Depois de concluir que todos deixaram a desejar no que diziam, começou a expor seus argumentos. Ele ficou irado com Jó por falar contra Deus (Jó 33.12), e com seus amigos por condenarem sem prova (Jó 32.1-6). Ele estava para estourar com vontade de falar (Jó 32.19-20).

O que fez Jó parar para ouvir Eliú, foi que ele chamou a atenção de Jó para o fato de que ele falava contra Deus. Jó estava errado em atribuir culpa a Deus e declarar-se inocente. Isso é bem próprio de quem está sofrendo muito. É difícil enxergar a bondade de Deus em momentos ruins. Parece mais fácil afirmar que ele nos abandonou sem nenhum interesse em nós (Jó 33.9-10, 13; 34.9).

A atitude de Jó é muito comum em nossos dias. Muitas pessoas têm raiva de Deus porque ele “nada” faz para acabar com a miséria no mundo. Se ele é Todo-Poderoso mesmo, por que não muda a cara desse mundo que cada dia fica mais violento, poluído e desunido? Outros tantos se queixam de Deus por questões pessoais. Até começaram pedindo ajuda do céu, mas a falta de resposta os fez deixar de acreditar num Deus pessoal e amoroso.

Felizmente Eliú via além do sofrimento. Ele reprovou Jó que não sabia o que estava dizendo. Ele merecia castigo máximo por dizer o que disse contra Deus. Ele se rebelou contra o Altíssimo e multiplicou palavras vãs contra Deus, falando com ignorância no que dizia (Jó 34.35-37; 35.16).

Eliú conseguiu chamar a atenção de Jó para olhar para Deus novamente de modo correto. Ele foi a pessoa que todos nós precisamos nos momentos de dor, de sofrimento e de abandono. Ele ouviu e ajudou, não apenas condenou.

Nosso sofrimento se eterniza, até que alguém nos convença que Deus está acima dele.

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