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Quando os amigos não entendem

“Fique sabendo que Deus esqueceu alguns dos seus pecados” – palavras de Zofar, amigo de Jó (Jó 11.6).

Os últimos acontecimentos na vida de Jó devem ter se espalhado rapidamente por toda aquela região. Todos ficaram sabendo. Quando seus três amigos, Elifaz, Bildade, e Zofar foram informados dos fatos, correram ao encontro de Jó (Jó 2.11). Saíram para mostrar solidariedade e consolar o amigo, mas não estavam preparados para o que viram.

Encontraram as propriedades de Jó devastadas. Tiveram que ser orientados como chegar ao lixão nos arredores da cidade, onde se encontrava até então o homem mais rico do oriente (Jó 1.3). Ao vê-lo, não o reconheceram e choraram em alta voz (Jó 2.12). Depois de lamentarem a situação do amigo, se assentaram ao seu lado durante sete dias e sete noites em total silêncio diante de tão grande sofrimento (Jó 2.13).

Depois daquela semana, Jó resolveu desabafar. Ele desejou que Deus apagasse de seu calendário a data de seu nascimento. Desejou ter sido um aborto, e a vontade de morrer lhe parecia a melhor saída (Jó 3.1-26).

Jó começou a perguntar: “por quê?” Ele repetiu essa pergunta dirigida a Deus cerca de dezesseis vezes. Em todas elas recebeu como resposta o silêncio. Mas seus amigos não conseguiram ficar calados.

Quando seus amigos tentaram com arrogância e sem compaixão explicar o inexplicável, as coisas pioraram.

Elifaz disse que Jó sabia dar bons conselhos para os outros, mas ele mesmo não os praticava (Jó 4.1-5). Em outras palavras ele disse: “Jó, você está errado”. Só. Ele ignorou tudo o que conhecia de bom no amigo, e passou a vê-lo apenas como um homem mal. Os três continuaram falando apenas palavras de acusações (Jó 4.7; 8.2, 6; 11.1-6). A insensibilidade daqueles homens é impressionante.

“Grande parte da vitalidade de uma amizade reside no respeito pelas diferenças, não apenas em desfrutar das semelhanças” (James Fredericks).

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