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Focados na transição

Uma transição nunca é fácil de ser feita, principalmente se a igreja é histórica ou tradicional. As pessoas têm dificuldade com mudanças que lhes tire da zona de conforto. O novo amedronta, pois ainda não é conhecido ou experimentado. Mas dou graças a Deus pela igreja que pastoreio. É uma igreja aberta e flexível a mudanças. Nos últimos oito anos, temos feito mudanças expressivas que muito contribuíram para a comunhão da igreja. Temos minimizado a estrutura e maximizado as relações pessoais. Hoje temos uma igreja mais voltada para relacionamentos, o que torna o ambiente mais compreensivo e familiar. Há um ano estamos no processo de mudar de uma igreja de programas para uma igreja em células. Estou contente com o andamento dos acontecimentos.

A reforma no século XVI foi teológica. A reforma em nossos dias é relacional e trata dos métodos. Ela já começou. Você e eu somos os reformadores que Deus quer usar para voltar às origens de como ser igreja. Não tem nada de inovação, é simplesmente voltar ao padrão inicial da igreja primitiva. Uma vez criticaram Billy Graham porque seus métodos e conteúdo pareciam como os de cinqüenta anos atrás. Ele respondeu que só não gostou da crítica, porque gostaria de estar atrasado dois mil anos. O mundo mudou, a igreja mudou, mas na verdade ela não mudou. Precisamos voltar às origens: “Todos os dias, no templo e de casa em casa, não deixavam de ensinar e proclamar que Jesus é o Cristo” (At 5.42).

A igreja precisa sair desse marasmo de conformismo com o status quo e alimentar-se com uma insatisfação santa. A acomodação impede a transição para uma igreja melhor. A igreja precisa focar em alvos mensuráveis. Precisamos determinar quem está na mosca de nosso alvo. Se não mirarmos em alguma coisa, nunca acertaremos em nada. Mas, se mirarmos em tudo, provavelmente também não acertaremos em nada. Não podemos perder o foco da evangelização. Jesus disse: “Pois o Filho do homem veio buscar e salvar o que estava perdido” (Lc 19.10). E ele disse também: “Assim como o Pai me enviou, eu os envio” (Jo 20.21).

A transição para uma igreja em células deve ser vista não como uma árvore frutífera, mas como uma semente a ser plantada e regada em corações férteis. Esse terreno é a mente dos líderes. Uma igreja não cresce apenas adicionando membros. Ela precisa multiplicar líderes. Nenhuma transição saudável acontece sem levar em conta a liderança da igreja. Os líderes devem ser bem informados e valorizados, porque a ignorância pode gerar oposição. Mas vale dizer que os líderes devem ter disposição para serem treinados e trabalharem em equipe. Aprendemos com a experiência dos outros, mas nada substitui a nossa experiência.

Uma virtude indispensável numa transição, é a paixão. Sem isso, as pessoas envolvidas podem mais atrapalhar que ajudar. Com paixão a pessoa ajuda a remar a canoa, sem paixão ela vai virar a embarcação. É bom lembrar da importância de envolver todos na transição. Um colega de ministério me disse certa ocasião que, “o pastor que não dá trabalho para a igreja, a igreja dá trabalho para ele”.

Numa transição o pastor não escapa de críticas. Ele precisa de convicção e perseverança. Caso contrário desanimará ou desistirá na caminhada. Nunca podemos esquecer que podemos agradar a Deus, mas não podemos agradar todo mundo. É preciso concentrar atenção aos favoráveis, não aos contrários. Deus costuma levantar novos líderes para um trabalho novo. Então, vamos investir naqueles que Deus nos deu. É preciso incentivar e elogiar. Assim, a pessoa se fortalece para continuar e avançar cada vez mais. O encorajamento cria reservas para períodos difíceis. A transição é feita por gente animada. Vamos lá!

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