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O Caráter do cristão: As Bem-aventuranças

Mateus 5.3-12

3. Bem-aventurados os pobres em espírito, pois deles é o Reino dos céus. 4. Bem-aventurados os que choram, pois serão consolados. 5. Bem-aventurados os humildes, pois eles receberão a terra por herança. 6. Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, pois serão satisfeitos. 7. Bem-aventurados os misericordiosos, pois obterão misericórdia. 8. Bem-aventurados os puros de coração, pois verão a Deus. 9. Bem-aventurados os pacificadores, pois serão chamados filhos de Deus. 10. Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, pois deles é o Reino dos céus. 11. Bem-aventurados serão vocês quando, por minha causa, os insultarem, os perseguirem e levantarem todo tipo de calúnia contra vocês. 12. Alegrem-se e regozijem-se, porque grande é a sua recompensa nos céus, pois da mesma forma perseguiram os profetas que viveram antes de vocês.

“Qualquer pessoa que entre em comunhão com Jesus tem de passar por uma reavaliação de valores” (Thielicke).

As bem-aventuranças são bem conhecidas daqueles que têm um mínimo de conhecimento dos ensinos de Jesus. A simplicidade e a profundidade dessas palavras, atraem cada vez mais pessoas para Deus.

O que o cristão deve ser. Jesus deu especificações quanto ao estilo de vida de seus discípulos. Todas as qualidades mencionadas nas bem-aventuranças, devem caracterizar todos os discípulos de Cristo. Mesmo que o sermão tenha sido ouvido pelas multidões (Mt 7.28), o alvo primário eram os discípulos, os seguidores comprometidos.

As qualidades do cristão. Há um padrão estabelecido por Deus para seus filhos. São virtudes internas que se exteriorizam no modo de vida que levamos. Essas qualidades não são obtidas apenas por esforços, são geradas em nós por obra do Espírito Santo, mediante nossa fé e disciplina espiritual.

As bênçãos para o cristão. A palavra grega para “bem-aventurados” é makarios, que significa “feliz”. As bem-aventuranças são mais que regras frias, são princípios divinos promotores de atitudes que resultam em uma vida feliz. Há uma relação direta entre santidade e felicidade. Isso vai além do que sentimos, tem a ver com o que Deus pensa de nós. É interessante observar que cada qualidade corresponde a uma bênção. As qualidades falam das responsabilidades; e as bênçãos, dos privilégios.

1. Os pobres em espírito (v. 3). A pobreza em espírito é o reconhecimento de nossa falência espiritual e a humilde dependência de Deus: “Este pobre homem clamou, e o SENHOR o ouviu; e o libertou de todas as suas tribulações” (Sl 34.6). Essa é a condição indispensável para receber o Reino de Deus, que continua despedindo de mãos vazias os ricos (Lc 1.53).

2. O que choram (v. 4). Não basta reconhecer nossa pobreza espiritual, é necessário entristecer-se e chorar de arrependimento por causa disto. Confissão deve ser acompanhada de contrição por nós e os outros (Jl 2.12; Sl 119.136). Devemos experimentar mais “tristeza segundo Deus” (2 Co 7.10). Ele enxugará dos nossos olhos toda lágrima (Ap 7.17).

3. Os humildes (mansos - v. 5). Os pobres em espírito que choram seus pecados se tornam gentis para com os outros por causa de uma estimativa correta de si mesmos. São os humildes e não os bravos que receberão a terra por herança, pois a renúncia é o caminho para o domínio do mundo. Quem controla seu espírito pode conquistar uma cidade (Pv 16.32).

4. Os que têm fome e sede de justiça (v. 6). Existem pelo menos três aspectos da justiça na Bíblia: 1) A justiça legal, que é a justificação, um relacionamento certo com Deus, que não é o caso aqui, pois os discípulos já eram justificados; 2) A justiça moral, é a justiça de caráter e de conduta. É desta que devemos sentir fome e sede; 3) A justiça social, refere-se à busca pela libertação do homem da opressão, junto com a promoção dos direitos civis. O maior segredo no progresso da vida cristã é um apetite sadio.

5. Os misericordiosos (v. 7). “Misericórdia” é compaixão pelas pessoas que passam necessidade. Ela sempre trata da dor, da miséria e do desespero. Ela concede alívio, cura e ajuda. Porque Deus é misericordioso, os cidadãos do seu Reino também devem demonstrar misericórdia sempre. Assim fazendo obterão misericórdia, pois já a conhecem. Os humildes (mansos) reconhecem diante dos outros que são pecadores; os misericordiosos têm compaixão pelos outros, pois eles também são pecadores.

6. Os puros de coração (v. 8). É óbvio que Jesus se refere à pureza interior, à qualidade daqueles que foram purificados da imundície moral. Deus deseja a verdade no íntimo. Ele quer criar em nós um coração puro (Sl 51.6,10). Os puros de coração são os inteiramente sinceros. Toda a sua vida, pública e particular, é transparente diante de Deus e dos homens. Eles vêem a Deus agora com os olhos da fé e, no futuro, verão a sua glória.

7. Os pacificadores (v. 9). Nem sempre é possível estar em paz com todos. Mas que jamais sejamos os causadores do conflito (Mt 10.34-36). Como filho de Deus, cada cristão deve ser um pacificador, tanto na igreja como na sociedade. A Bíblia diz que devemos nos esforçar para viver em paz com todos, fazendo todo o possível para isso (Hb 12.14; Rm 12.18).

8. Os perseguidos por causa da justiça (vs. 10-12). Por mais que nos esforcemos para viver em paz com determinadas pessoas, elas se recusam a viver em paz conosco “por causa da justiça” (v. 10) e “por minha causa” (v. 11), não gostam da justiça da qual temos fome (v. 6). Como reagir a isso? Com alegria e regozijo (v. 12), e até saltar de alegria (Lc 6.23). Por quê? Porque grande é a nossa recompensa nos céus (v. 12). Cada cristão deve esperar oposição, pois a popularidade universal está para os falsos profetas, assim como a perseguição para os verdadeiros cristãos (Lc 6.26).

A cultura do mundo e a contracultura de Cristo estão em total desarmonia uma com a outra. Jesus parabeniza aqueles que o mundo mais despreza, e chama de “bem-aventurados” aqueles que o mundo rejeita. De que lado você fica?

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