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O líder não deve ser dado ao vinho

Esta qualificação aparece nas duas listas (1Tm 3.3; Tt 1.7). O termo grego é um só e identifica uma pessoa que tem uma relação idolátrica e de dependência com o vinho, bêbado, alguém que se senta por muito tempo com o seu vinho, ou seja, escravo da bebida.

É importante dizer que a expressão “não dado ao vinho” significa não só estar livre de embriaguez mas também livre da dependência. A bebida vem acompanhada com brigas, atitudes tolas, conduta imoral indecente e outras coisas que não é necessário descrever.

O apóstolo Paulo não estava proibindo o uso do vinho de maneira categórica, pois ele mesmo reconhecia ser ele às vezes absolutamente necessário (1Tm 5.23). O ensino aqui é que é inadmissível que o líder seja viciado em bebida alcoólica; seus pensamentos nunca podem ser obscurecidos pelo álcool, jamais ele se deixará dominar pela bebida (Pv 31.4-5; 1Co 6.12). O estilo de vida do líder deve ser radicalmente diferente do mundo e levar outros à santidade, não ao pecado (Rm 14.21). Aplica-se a beber qualquer bebida alcoólica em qualquer forma que embote a mente ou faça alguém passar vergonha (Pv 23.29-35; 31.4-7). Isso também se aplica ao uso de drogas.

No Antigo Testamento Deus ordenou que os sacerdotes não bebessem vinho quando fossem ministrar (Lv 10.8-9), a fim de que não pervertessem a lei. Não há maior reprovação a um ministro do evangelho do que ser um bebedor de vinho, alguém que ama isso e se concede, desta forma, liberdade imprópria que continua com o vinho ou a bebida forte até que o inflame. O uso apropriado e moderado, como em outras boas criaturas de Deus, não é irregular. Mas o excesso nisso é vergonhoso em todos, especialmente em um líder. O vinho arrebata o coração, transforma o homem em um selvagem. Aqui o mais apropriado é aquela exortação do apóstolo (Ef 5.18). Paulo desqualifica um bêbado de servir como um líder na igreja.

A Bíblia distingue entre o uso do vinho e o abuso dele. O uso com moderação como bebida era permitido quando Jesus transformou água em vinho nas bodas de Caná (Jo 2.1-11). O uso para propósitos medicinais é receitado por Paulo a Timóteo (1Tm 5.23). O abuso do vinho e da bebida forte é condenado em Provérbios 20.1; 23.29-35. Embora a total abstinência não seja exigida literalmente, há uma situação na qual se requer moderação; por exemplo, quando a ingestão de vinho ofenderia um irmão mais fraco ou levaria a tropeço (Rm 14.21). Isso justifica a abstinência.

O perigo do vinho e da bebida alcoólica em geral está sempre presente. O seu uso não é condenado pela Bíblia, mas ele tem potencial para tornar-se facilmente um ídolo. Em nossa sociedade altamente química, em que o uso de drogas é corriqueiro, o uso da bebida alcoólica é generalizado e extremamente facilitado. O que podemos concluir é que qualquer homem que tem problemas com bebida, ou qualquer outro tipo de substância viciadora e/ou entorpecente seja por dificuldade de se controlar ou por dependência, não é adequado para a liderança.

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