Autoridade Espiritual
por
Antonio Francisco
- 16 de mar. de 2009
Ao ler o Sermão da Montanha mais uma vez, chamou-me a atenção o texto que diz: "Quando Jesus acabou de proferir estas palavras, estavam as multidões maravilhadas da sua doutrina; porque ele as ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas" (Mt 7.28-29). Jesus tinha mais que palavras.
A autoridade de Jesus foi reconhecida pelas multidões. Os próprios líderes dos judeus não deixavam de identificar a autoridade de Jesus, ainda que não se submetessem a ela (Mt 21.23). A autoridade de Jesus não vinha da escola deles, e isso os incomodava ainda mais. O próprio Jesus tinha plena consciência da autoridade que tinha (Mt 21.24). Ele afirmou isso ao curar um paralítico (Mt 9.6), e de forma especial na Grande Comissão, antes de voltar para o Pai (Mt 28.18). O interessante é que as pessoas percebem quem tem ou não tem autoridade espiritual. Você tem essa autoridade? Que evidência você tem disso?
A primeira vez que tomei conhecimento desse assunto, foi através da revista americana Last Days, Vol. 12 Nº 4 Winter 1989. Ainda guardo comigo o tal exemplar. Esses dias o assunto voltou a ocupar minha atenção com a leitura bíblica do Sermão da Montanha. Esse é um assunto muito importante na vida de todo e qualquer cristão. Jesus nos deu autoridade, mas poucos a vivenciam.
Autoridade espiritual faz toda a diferença. Quem perde essa diferença, perde a liderança, perde a influência, perde a qualidade de vida, perde na verdade a vida. Sem autoridade espiritual, vegetamos em comparação com alguém que tem autoridade espiritual. Uma vez compreendendo esse tema, não nos conformaremos com menos. Persiga já a autoridade espiritual até encontrá-la.
Ao contrário do que muitos pensam, autoridade espiritual não é simplesmente um dom. Deus não injeta uma "porção dobrada" de autoridade espiritual sobre um grupo seleto. Se autoridade fosse apenas uma dádiva do alto, poderíamos até nos desculpar por não termos essa tal autoridade. Mas não é por aí apenas que as coisas acontecem. Você e eu somos responsáveis pela autoridade em nós.
Autoridade espiritual é sobretudo uma dádiva de Deus para seus filhos, certamente, pois ninguém teria nenhuma autoridade se de Deus não lhe fosse dada. Deus é soberano. Ele é o juiz; a um abate, a outro exalta (Sl 75.7). Ao serem chamados e comissionados, Jesus deu autoridade aos apóstolos sobre os espíritos imundos, toda sorte de doenças e enfermidades (Mt 10.1).
Os que cuidam da igreja também devem usar de autoridade. Paulo escreveu a Tito dizendo: "Dize estas coisas; exorta e repreende também com toda a autoridade. Ninguém te despreze" (Tt 2.15). Mas é necessário entender que Deus age em parceria com o homem. Dádiva divina combina com caráter santo. Devemos nos apartar do mal se quisermos ter autoridade espiritual (2 Tm 2.19).
Apresso-me em dizer que não estou me referindo a autoritarismo. Isso não faz parte desse conteúdo. Não quero fazer aqui apologia ao modo déspota de agir e liderar. Quero distância disso. Confesso que minha tendência natural é ser duro, mas não é isso que quero e sei muito bem que não é esse o propósito de Deus para minha vida. Sei o que a Bíblia diz: "Não por força nem por violência, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos" (Zc 4.6).
James C. Hunter, em seu livro "O Monge e o Executivo", mostra bem a diferença entre poder e autoridade: Poder: "É a faculdade de forçar ou coagir alguém a fazer sua vontade, por causa de sua posição ou força, mesmo que a pessoa preferisse não o fazer". Mas sobre Autoridade ele diz: "A habilidade de levar as pessoas a fazerem de boa vontade o que você quer por causa de sua influência pessoal".
Uma clara evidência de autoridade espiritual, é uma vida de oração. Sem oração ficamos incapacitados para os vários desafios do mundo espiritual. Jesus disse, por exemplo, que algumas espécies de demônios só saem de uma pessoa mediante a oração e o jejum. Fica explícito aqui que a autoridade passa pela oração. Não apenas orações de meras palavras, orações bonitas. Isso os fariseus dos dias de Jesus faziam muito bem. A oração que faz diferença no mundo espiritual, é a oração de fé, sincera, verdadeira. O livro de Atos mostra um clássico exemplo negativo de como não se deve orar. Trata-se dos filhos de Ceva, um dos chefes dos sacerdotes. Seus filhos eram exorcistas ambulantes. Invocaram o nome de Jesus sobre alguns endemoninhados mas não funcionou. Até tentaram reforçar a oração dizendo aos demônios que o Jesus que invocavam era o mesmo que o apóstolo Paulo anunciava. Mas de nada adiantou. A razão é uma só. Eles não tinham autoridade espiritual. Usaram as palavras certas, em nome da pessoa certa, mas a vida deles não estava certa. Quem ora na sala da ortodoxia, deve conhecer o altar da santidade. Veja o texto de Atos 19.11-16.
Além de uma vida de oração, a pessoa que tem autoridade espiritual é também obediente. Jesus é o exemplo maior. Ele mesmo disse de si mesmo: "O Filho não pode fazer nada de si mesmo; só pode fazer o que vê o Pai fazer, porque o que o Pai faz o Filho também faz" (Jo 5.19). Quem pode dizer que só faz o que Deus faz? Quem pode dizer como Jesus?: "A minha comida consiste em fazer a vontade daquele que me enviou e realizar a sua obra" (Jo 4.34). Ninguém conhecerá autoridade espiritual com rebeldia e obstinação. A obediência a Deus é indispensável para se ter autoridade de Deus.
Facilmente se confunde oratória e eloquência com autoridade espiritual. Mas autoridade espiritual não depende de falar bem ou falar alto. É bem conhecido o exemplo de Jonathan Edwards que pregou o famoso sermão "pecadores nas mãos de um Deus irado". Ele não tinha boa oratória, tinha dificuldades com a visão e lia a mensagem. Mas quando pregou, as pessoas sentiam tão forte o juízo de Deus, que alguns tentavam subir nas colunas do templo.
Concluo enfatizando que sem uma vida santa, ninguém verá o Senhor (Hb 12.14). Precisamos decidir se viveremos apenas falando e ouvindo de Deus, ou se viveremos com Deus. Está escrito que "a intimidade do Senhor é para os que o temem, aos quais ele dará a conhecer a sua aliança" (Sl 25.14). É bom ver os feitos de Deus, melhor ainda é conhecer os seus caminhos (Sl 103.7). Autoridade espiritual não é de todos. Estamos entre aqueles que o Pai escolheu? (Mt 20.23).
A autoridade de Jesus foi reconhecida pelas multidões. Os próprios líderes dos judeus não deixavam de identificar a autoridade de Jesus, ainda que não se submetessem a ela (Mt 21.23). A autoridade de Jesus não vinha da escola deles, e isso os incomodava ainda mais. O próprio Jesus tinha plena consciência da autoridade que tinha (Mt 21.24). Ele afirmou isso ao curar um paralítico (Mt 9.6), e de forma especial na Grande Comissão, antes de voltar para o Pai (Mt 28.18). O interessante é que as pessoas percebem quem tem ou não tem autoridade espiritual. Você tem essa autoridade? Que evidência você tem disso?
A primeira vez que tomei conhecimento desse assunto, foi através da revista americana Last Days, Vol. 12 Nº 4 Winter 1989. Ainda guardo comigo o tal exemplar. Esses dias o assunto voltou a ocupar minha atenção com a leitura bíblica do Sermão da Montanha. Esse é um assunto muito importante na vida de todo e qualquer cristão. Jesus nos deu autoridade, mas poucos a vivenciam.
Autoridade espiritual faz toda a diferença. Quem perde essa diferença, perde a liderança, perde a influência, perde a qualidade de vida, perde na verdade a vida. Sem autoridade espiritual, vegetamos em comparação com alguém que tem autoridade espiritual. Uma vez compreendendo esse tema, não nos conformaremos com menos. Persiga já a autoridade espiritual até encontrá-la.
Ao contrário do que muitos pensam, autoridade espiritual não é simplesmente um dom. Deus não injeta uma "porção dobrada" de autoridade espiritual sobre um grupo seleto. Se autoridade fosse apenas uma dádiva do alto, poderíamos até nos desculpar por não termos essa tal autoridade. Mas não é por aí apenas que as coisas acontecem. Você e eu somos responsáveis pela autoridade em nós.
Autoridade espiritual é sobretudo uma dádiva de Deus para seus filhos, certamente, pois ninguém teria nenhuma autoridade se de Deus não lhe fosse dada. Deus é soberano. Ele é o juiz; a um abate, a outro exalta (Sl 75.7). Ao serem chamados e comissionados, Jesus deu autoridade aos apóstolos sobre os espíritos imundos, toda sorte de doenças e enfermidades (Mt 10.1).
Os que cuidam da igreja também devem usar de autoridade. Paulo escreveu a Tito dizendo: "Dize estas coisas; exorta e repreende também com toda a autoridade. Ninguém te despreze" (Tt 2.15). Mas é necessário entender que Deus age em parceria com o homem. Dádiva divina combina com caráter santo. Devemos nos apartar do mal se quisermos ter autoridade espiritual (2 Tm 2.19).
Apresso-me em dizer que não estou me referindo a autoritarismo. Isso não faz parte desse conteúdo. Não quero fazer aqui apologia ao modo déspota de agir e liderar. Quero distância disso. Confesso que minha tendência natural é ser duro, mas não é isso que quero e sei muito bem que não é esse o propósito de Deus para minha vida. Sei o que a Bíblia diz: "Não por força nem por violência, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos" (Zc 4.6).
James C. Hunter, em seu livro "O Monge e o Executivo", mostra bem a diferença entre poder e autoridade: Poder: "É a faculdade de forçar ou coagir alguém a fazer sua vontade, por causa de sua posição ou força, mesmo que a pessoa preferisse não o fazer". Mas sobre Autoridade ele diz: "A habilidade de levar as pessoas a fazerem de boa vontade o que você quer por causa de sua influência pessoal".
Uma clara evidência de autoridade espiritual, é uma vida de oração. Sem oração ficamos incapacitados para os vários desafios do mundo espiritual. Jesus disse, por exemplo, que algumas espécies de demônios só saem de uma pessoa mediante a oração e o jejum. Fica explícito aqui que a autoridade passa pela oração. Não apenas orações de meras palavras, orações bonitas. Isso os fariseus dos dias de Jesus faziam muito bem. A oração que faz diferença no mundo espiritual, é a oração de fé, sincera, verdadeira. O livro de Atos mostra um clássico exemplo negativo de como não se deve orar. Trata-se dos filhos de Ceva, um dos chefes dos sacerdotes. Seus filhos eram exorcistas ambulantes. Invocaram o nome de Jesus sobre alguns endemoninhados mas não funcionou. Até tentaram reforçar a oração dizendo aos demônios que o Jesus que invocavam era o mesmo que o apóstolo Paulo anunciava. Mas de nada adiantou. A razão é uma só. Eles não tinham autoridade espiritual. Usaram as palavras certas, em nome da pessoa certa, mas a vida deles não estava certa. Quem ora na sala da ortodoxia, deve conhecer o altar da santidade. Veja o texto de Atos 19.11-16.
Além de uma vida de oração, a pessoa que tem autoridade espiritual é também obediente. Jesus é o exemplo maior. Ele mesmo disse de si mesmo: "O Filho não pode fazer nada de si mesmo; só pode fazer o que vê o Pai fazer, porque o que o Pai faz o Filho também faz" (Jo 5.19). Quem pode dizer que só faz o que Deus faz? Quem pode dizer como Jesus?: "A minha comida consiste em fazer a vontade daquele que me enviou e realizar a sua obra" (Jo 4.34). Ninguém conhecerá autoridade espiritual com rebeldia e obstinação. A obediência a Deus é indispensável para se ter autoridade de Deus.
Facilmente se confunde oratória e eloquência com autoridade espiritual. Mas autoridade espiritual não depende de falar bem ou falar alto. É bem conhecido o exemplo de Jonathan Edwards que pregou o famoso sermão "pecadores nas mãos de um Deus irado". Ele não tinha boa oratória, tinha dificuldades com a visão e lia a mensagem. Mas quando pregou, as pessoas sentiam tão forte o juízo de Deus, que alguns tentavam subir nas colunas do templo.
Concluo enfatizando que sem uma vida santa, ninguém verá o Senhor (Hb 12.14). Precisamos decidir se viveremos apenas falando e ouvindo de Deus, ou se viveremos com Deus. Está escrito que "a intimidade do Senhor é para os que o temem, aos quais ele dará a conhecer a sua aliança" (Sl 25.14). É bom ver os feitos de Deus, melhor ainda é conhecer os seus caminhos (Sl 103.7). Autoridade espiritual não é de todos. Estamos entre aqueles que o Pai escolheu? (Mt 20.23).
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