Jubileu da Igreja Reencontro
O vídeo acima não foi feito em nossa igreja, mas nos identificamos com ele.
“Consagrem o quiquagésimo ano e proclamem libertação por toda a terra a todos os seus moradores. Este lhes será um ano de jubileu, quando cada um de vocês voltará para a propriedade da sua família e para o seu próprio clã” (Lv 25.10). Este ano estamos completando cinquenta anos como igreja, e queremos comemorar essa data durante todo o ano. Estamos agradecidos ao Senhor Deus.
Levítico 25 faz uma excelente dissertação do que foi o jubileu para o povo de Israel no Antigo Testamente. A palavra jubileu tem uma ligação etimológica com a palavra carneiro, do qual era feito o shofá, uma espécie de trombeta feita de chifre. É bem verdade que o jubileu foi uma realidade apenas do povo de Israel na antiga dispensação da lei e não se aplica à igreja, mas não deixa de ser cheio de lições para nós atualmente. Afinal, está escrito que “tudo o que foi escrito no passado, foi escrito para nos ensinar” (Rm 15.4). A Bíblia toda é a Palavra de Deus, e devemos conhecer todo o seu conteúdo lendo-a e estudando com critérios sadios. Devemos ter três atitudes ao ler a Bíblia: observação, interpretação, e aplicação. Fazendo assim, evitamos problemas hermenêuticos tão comuns em nosso meio. Não precisamos ser catedráticos em Bíblia, mas devemos ter critérios mínimos para considerá-la e assimilá-la devidamente.
O povo de Israel vivia de festas. É uma pena que a igreja não saiba celebrar devidamente os motivos que tem para tanto. Aquela nação fazia festas de suas experiências e podemos fazer isso também e com bem mais razões. Eles tinham dias e locais sagrados, mas para nós todos os dias são santos e todos os locais são casa de Deus. Para eles o jubileu acontecia a cada cinquenta anos, obviamente. Mas para a igreja, o ano da graça do Senhor deve ser proclamado sempre (Lc 4.19). Ou seja, devemos viver celebrando a vida que Jesus conquistou para nós na cruz do calvário, vivendo em novidade de vida (Rm 6.4).
O jubileu era um ano de descanso para a terra e para o povo. Como isso se faz necessário em uma sociedade tão agitada como a que vivemos hoje. Deus criou o mundo, descansou no sétimo dia, e instituiu isso para Israel. O princípio continua para nós hoje. Além do descanso semanal, havia as festas mensais e a cada sete anos acontecia o descanso anual. O jubileu se dava depois de sete semanas de anos. Tudo descansava. Isso me lembra a carta aos Hebreus que fala que ainda resta um descanso para o povo de Deus (Hb 4.9—11). Devemos entrar nesse descanso, deixando de confiar em nós mesmos, confiando apenas nos méritos de Jesus para nós, conforme a carta aos Efésios 2.8-9.
O ano do jubileu era dedicado ao Senhor. Era um ano santo que começava no décimo dia do sétimo mês, por ocasião do dia da Expiação, o único do dia do ano em que o Sumo Sacerdote entrava no Santo dos Santos para interceder a Deus pela nação. Nesse dia a trombeta soava por toda a nação anunciando plena libertação para o povo. A dependência de Deus era demonstrada de forma admirável. Eles não deviam semear, podar, nem colher. Era descanso total para todos. Deus prometeu dar fartura no sexto ano para que tivessem suprimento por dois anos seguidos. Assim acontecia. Devemos trabalhar sim, mas sempre na dependência do Senhor, pois ele prometeu suprir todas as nossas necessidades.
Esse era um ano onde a libertação se concretizava e onde a liberdade era sentida em tudo e em todos. As dívidas eram anuladas, as terras eram devolvidas aos seus proprietários originais, as pessoas voltavam ao convívio de seus familiares sem nenhuma pressão da parte de ninguém; pessoas resgatavam parentes, e mesmo que assim não acontecesse, os donos de escravos não deviam negar alforria. A mordomia e a solidariedade eram práticas visíveis. Ninguém tinha o direito definitivo da terra (Sl 24.1). Havia equilíbrio. Combatia-se o latifúndio e a miséria.
Tudo isso se cumpre e se concretiza para nós na pessoa de Jesus e do que ele fez na cruz por nós, libertando-nos da escravidão do pecado (Gl 5.1; Cl 2.13-15).
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