“Fui crucificado com Cristo. Assim, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. A vida que agora vivo no corpo, vivo-a pela fé no filho de Deus, que me amou e se entregou por mim” (Gl 2.20).

Hoje amanheci com a palavra de Jesus pouco antes de ser preso, quando ele afirmou que todos os discípulos lhe abandonariam. Nesse momento Pedro disse: “Ainda que todos te abandonem, eu nunca te abandonarei”. Jesus reafirmou o que havia dito. Pedro voltou a falar dizendo: “Mesmo que seja preciso que eu morra contigo, nunca te negarei”. Os demais discípulos disseram a mesma coisa (Mt 26.31-35). Mas, eles cumpriram a palavra?

Eles não mantiveram a palavra dada a Jesus. Naquela mesma noite Pedro o negou e os outros discípulos também fugiram (Mt 26.34, 56, 69-75). Eles não eram o que disseram ser e não provaram o que pareciam crer. As circunstâncias revelaram a rala convicção que tinham àquela altura dos acontecimentos. Eles mostraram que realmente não basta dizer: “Senhor, Senhor”. É indispensável fazer a vontade de Deus. Caso contrário nossa casa cairá (Lc 6.46-49).

Pedro disse estar disposto a morrer por Jesus, mas não conseguiu viver uma noite por ele quando precisou mostrar isso. Muita gente hoje também fala que está pronta a morrer por Jesus, mas não é fácil ver quem viva para ele a todo custo. É como já foi dito: “Não basta carregar Jesus no peito. É necessário ter peito para viver para Jesus”. Hoje entendo melhor que a “perseguição religiosa” não depende do sistema político vigente, mas da piedade evidente (2 Tm 3.12).

É verdade que Pedro literalmente morreu por Jesus (Jo 21.18-19). Reza a tradição que Pedro morreu crucificado de cabeça para baixo, porque não se julgou digno de morrer como o seu Senhor. Mas isso precisou de tempo e de novas experiências com Deus. Assim também deve ser comigo e com você. A menos que tenhamos experiências transformadoras com Deus e sejamos maduros na fé, não viveremos nem morreremos por Deus e pelas pessoas.

Não basta falar que amamos. Amamos quando vivemos para quem amamos.