“Nós nascemos ontem e não sabemos nada. Nossos dias na terra não passam de uma sombra” (Jó 8.9).

É comum encontrarmos pessoas atribuindo a Deus o que pensam e o que acham. Isso deve ser repensado seriamente. A Bíblia diz que Deus ficou indignado contra Elifaz, Bildade e Zofar, os três amigos de Jó, por não falarem o que é certo a respeito dele. Viajaram de longe com a intenção de mostrar solidariedade e consolar o amigo, mas acabaram cometendo loucura no que falaram, ao ponto de o próprio Jó precisar interceder junto a Deus por eles (Jó 2.11; 42.7-8).

O grave erro dos amigos de Jó, foi acharem que conheciam os pensamentos de Deus e colocarem palavras em sua boca. Ninguém pode fazer isso. O que eu e você pensamos sobre Deus nada vale, a menos que esteja de acordo com a sua perfeita e soberana vontade. É impossível medir o entendimento de Deus (Sl 147.5). Ele não tem conselheiro, ele não consulta ninguém (Is 40.14); seus pensamentos não são os nossos pensamentos, nem os seus caminhos os nossos caminhos (Is 55.8-9). Só sabemos de Deus o que ele mesmo nos revela (Dt 29.29).

Os amigos de Jó não sabiam qual era o propósito de Deus com o sofrimento. Mas, ao invés de continuarem calados como no primeiro contato (Jó 2.12-13), começaram a falar de Deus de uma forma completamente errada. Para eles, quem tem uma vida reta sempre será abençoado. Mas quem pecar será amaldiçoado. Essa é a mensagem mais propalada em nossos dias. Mas essa é uma típica teologia de fundo de quintal. A Bíblia não ensina que tudo o que nos acontece de ruim vem do Diabo, e nem ensina que tudo o que nos acontece de bom é por causa de nossa justiça. Os planos de Deus estão para além disso. Assim sendo, o melhor que fazemos é dizer: “não sei” por que certas coisas acontecem e como acontecem. O que podemos saber de fato é que existe um Deus soberano que controla tudo, e que todo aquele que nele confia jamais será envergonhado (Rm 10.11).

É melhor dizer “não sei” sobre a vontade de Deus, do que atribuir a Deus o que ele não disse.