“Discipline seu filho, e este lhe dará paz; trará grande prazer à sua alma” (Pv 29.17).

Doeu-me o coração ao ver minha filha sair para o trabalho atrasada. Eu poderia levá-la mas não o fiz. Não o fiz e fiquei em paz. Na passagem do ano em nossa conversa familiar ao redor da mesa da ceia, prometi não levá-la mais por atraso, como já o fiz várias vezes. É uma questão de princípio. Eu não posso assumir o dever de outros, mesmo que seja de uma filha. Fazendo assim, não estou ajudando, e sim sendo cúmplice de um ponto de crescimento em sua vida. Ela já entendeu isso.

À tarde fui buscá-la no serviço e de lá fomos jantar no shopping. Tivemos uma boa conversa e nos divertimos. Na volta passamos em uma locadora onde ela escolheu um filme para ver em casa. Nossa conversa foi franca e dura em alguns momentos. Temos um temperamento forte, por isso, facilmente nos chocamos, mas também nos admiramos e nos entendemos muito bem como pai e filha.

A educação familiar é permanente. Quando os filhos são pequenos pensamos que ao crescerem não teremos mais tanto a fazer. Mas a verdade é que a criação parece não ter fim, apenas mudam as fases da vida. Aliás, os pais sempre vêem os filhos como crianças, mesmo adultos, casados e desenvolvidos.

A Bíblia diz: “Instrua a criança segundo os objetivos que você tem para ela, e mesmo com o passar dos anos não se desviará deles” (Pv 22.6). Essa instrução envolve dedicação. É como um técnico de futebol que treina um time para jogar bem. O “sim” e o “não” são duas palavras especiais na criação dos filhos. Os pais não podem ter medo de dizer “não” para os filhos. Esse é o melhor preparo para dizer “sim” no futuro. Nas palavras do Dr. Benjamim Spock, “a incapacidade de ser firme é, ao meu ver, o problema mais comum no mundo hoje”.

Não se pode confundir amor com sentimentalismo. A Bíblia diz que corrigir o filho é uma forma de amá-lo; quem o ama não hesita em discipliná-lo (Pv 13.24).

Os pais devem crescer com os filhos, mas os filhos não devem crescer sem os pais.