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A batalha sexual de todo homem

Stephen Arterburn & Fred Stoeker escreveram um livro realista e inspirador intitulado: “A Batalha de todo homem”, publicado pela Editora Mundo Cristão. Gostei da sinceridade dos autores em confessarem suas fraquezas e pecados, e a libertação que experimentaram na área da sexualidade fora dos padrões ideais.

É cada vez maior a ênfase no relativismo moral. Pouquíssimas pessoas querem assumir uma postura de padrões absolutos. E quando o assunto é sexo, isso ainda é mais disfarçado. Até parece que ninguém luta nessa área ou peca nesse particular. A verdade é que essa é uma luta de todo homem, principalmente do cristão que procura viver na orientação que a Bíblia dá de fugir da imoralidade sexual (1 Co 6.18). Uns mais do que outros enfrentam essa batalha interior, mas na verdade todos travam essa luta, entre o ceder ou rejeitar aos desejos carnais da imoralidade sexual.

O livro de Jó é considerado como o mais antigo livro da Bíblia. Ele conta a experiência de sofrimento de um homem que foi visto pelo próprio Deus como um homem íntegro e justo; temente a Deus e que evitava fazer o mal. Esse homem piedoso enfrentava lutas com os desejos imorais. Suas palavras merecem toda a nossa consideração. Quero comentá-las porque são realistas e atuais. Veja Jó 31.1-4, 9-12.

1. A necessidade de um pacto. Jó fez um acordo com seus olhos de não olhar com cobiça para as moças (v. 1). Isso hoje, mais do que em qualquer outro tempo é um desafio aceito por poucos. A facilidade em ver mulheres com roupas provocantes, sites pornográficos, fotos em revistas eróticas, programas e comerciais de TV envolvendo cenas de sexo, tornam esse pacto necessário e difícil de ser mantido. O problema não é olhar para uma mulher, mas olhar com cobiça. Isso passa pelos meus princípios de vida, pelo meu nível de espiritualidade, pelo estilo da indumentária feminina que me chama a atenção, e tantos outros fatores. Não se pode negar o conflito interior que o homem, mais do que a mulher, enfrenta quanto a isso. Não há atalhos ou paliativos. A Bíblia é categórica ao dizer: “Assim, façam morrer tudo o que pertence à natureza terrena de vocês: imoralidade sexual, impureza, paixão, desejos maus e a ganância, que é idolatria” (Cl 3.5). Jesus radicalizou dizendo: “Mas eu lhes digo: Qualquer que olhar para uma mulher para desejá-la, já cometeu adultério com ela no seu coração” (Mt 5.28). Certamente Jesus não está condenando olhar para uma mulher nem que seja de relance, mas o olhar fixo e calculado que provoca desejo sexual. Isso já seria adultério, mesmo que só na mente. Na dependência de Deus, precisamos fazer um pacto com os nossos olhos para não olhar, e conseqüentemente não cobiçar uma mulher.

2. As conseqüências. O Deus lá de cima não deixa de mostrar seu desagrado com o nosso pecado (vs. 2-3). Jó cita duas palavras fortes para os que fazem o mal: ruína e desgraça. A Bíblia é enfática ao dizer: “A vontade de Deus é que vocês sejam santificados: abstenham-se da imoralidade sexual. Cada um saiba controlar o seu próprio corpo de maneira santa e honrosa, não dominado pela paixão de desejos desenfreados, como os pagãos que desconhecem a Deus. Neste assunto, ninguém prejudique seu irmão nem dele se aproveite. O Senhor castigará todas essas práticas, como já lhes dissemos e asseguramos. Porque Deus não nos chamou para a impureza, mas para a santidade. Portanto, aquele que rejeita estas coisas não está rejeitando o homem, mas a Deus, que lhes dá o seu Espírito Santo” (1 Ts 4.3-8). Alguém pode cair na ruína e na desgraça por causa da imoralidade sexual.

3. A consciência da presença de Deus (v. 4). Deus vê nossos caminhos e considera cada um de nossos passos. A Bíblia diz: “Nada, em toda a criação, está oculto aos olhos de Deus. Tudo está descoberto e exposto diante dos olhos daquele a quem havemos de prestar contas” (Hb 4.13). Saber que estamos diante de Deus o tempo todo, e que ele nos conhece não apenas no que fazemos, mas também no que pensamos, deveria nos levar a fazer tudo para a sua glória (1 Co 10.31). Quando José foi assediado pela mulher de Potifar, ele demonstrou ter plena consciência da presença de Deus e do temor que lhe é devido. Ele disse: “Como poderia eu, então, cometer algo tão perverso e pecar contra Deus?” (Gn 39.9). Deus está presente onde menos imaginamos (Gn 28.16). Nunca percamos essa sensibilidade da presença de Deus, pois corremos o risco de ficarmos cauterizados. Depois disso, tudo vale, inclusive dar vazão aos instintos sexuais de forma desenfreada. É melhor se mutilar de desejos transitórios e gozar de alegrias eternas, do que experimentar prazeres momentâneos, e sofrer desgosto eterno (Mc 9.42-50). Na presença de Deus existe alegria plena e prazer eterno (Sl 16.11). Não esqueçamos disso quando tentados a olhar o que alimentaria os desejos pecaminosos da satisfação sexual inconveniente.

4. O amor pela esposa (vs. 9-12). Jó colocou sua esposa como um referencial para fugir do envolvimento com outra mulher. Ele disse que se o seu coração tivesse dividido com outra mulher, que a sua esposa se tornasse escrava de outro homem e que vários homens a possuíssem sexualmente. Isso seria uma desgraça para qualquer marido. Envolver-se com uma mulher que não seja a minha é vergonhoso e merece castigo. Se esse assunto não for tratado com muita seriedade, leva qualquer um ao fracasso total e a morte. A única maneira de manter-me sexualmente puro, é satisfazer-me apenas com a minha esposa e mais ninguém ou algo mais. Enquanto me limitar à minha esposa, os meus gostos se adaptarão ao que vejo nela e não terei que compará-la com ninguém. Não olhar para outras mulheres com desejos sexuais, não olhar sites pornográficos e revistas de sexo, é uma demonstração concreta de amor, respeito e honra para com a minha esposa. Deus me ajude!

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