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A morte

“O último inimigo a ser destruído é a morte” (1 Co 15.26).

Hoje amanheci pensando na morte. Não estou melancólico, deprimido, desanimado ou coisa parecida. É que comecei a pensar em amigos, irmãos na fé, pessoas queridas que nesses últimos dias, meses e anos têm morrido. Até parece que essa última inimiga a ser destruída está mais próxima do que quero admitir. Eu poderia fazer uma lista grande agora mesmo com nomes de pessoas do meu convívio que já não estão mais aqui, pois morreram.

A gente só morre uma vez. Depois disso vem o juízo (Hb 9.27). É bom estar sempre alerta, porém, nenhuma vigilância nos livrará da morte. Como ironicamente escreveu George Bernard Shaw: “As estatísticas sobre a morte são muito impressionantes. A cada pessoa, uma morre”. A morte é o único inimigo universal que temos. O que é a nossa vida? Somos como a neblina que aparece por um pouco de tempo e depois desaparece (Tg 4.14). A nossa vida tem o comprimento de um palmo; não dura nada. Não passamos de um sopro (Sl 39.5).

Mesmo falando desse modo, não precisamos temer a morte, pois enquanto vivos ela ainda não chegou, e quando tiver chegado, já passamos para o outro lado, que é muito melhor (Fp 1.21, 23). Devemos encarar a morte de frente. Isso significa viver preparado como Francisco de Assis, que enquanto trabalhava em seu jardim, alguém lhe perguntou: “O que o senhor faria se soubesse que morreria dentro de dez minutos?” São Francisco respondeu: “Terminaria esta fileira”. Ou seja, ele não precisava de dez dias para se preparar para a morte, ele estava preparado naquele momento. E quando o nosso momento chegar, e se chegar agora mesmo, estamos preparados?Vamos olhar para “a nossa morte” de maneira positiva, como aquela meninazinha que caminhando com o pai no campo olhou para o lindo céu azul e disse-lhe: “Papai, se o avesso do céu é tão lindo, como acha que será o lado direito?”. Todos os crentes em Jesus Cristo um dia verão o “lado direito” do céu. A morte do crente o leva direto para o céu (Lc 23.43; Fp 1.23; 2 Co 5.6-8). Nosso último fôlego na terra, será seguido pelo nosso primeiro fôlego no céu. Não tenhamos medo da morte se sabemos que o gozo do céu nos espera. Sei que quase ninguém gosta de falar da morte, mas ninguém sabe viver se não estiver preparado para morrer. Termino com as palavras de um antigo hino:

“Ensina-me a viver de forma que tema
A tumba tão pouco quanto o leito;
Ensina-me a morrer, de forma que possa,
Erguer-me glorioso no Dia do Juízo”.

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