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Evangelização pela amizade

Aqueles que estão mais próximos de mim, têm ouvido e percebido que meu assunto preferido tem sido relacionamentos. Deus tem trabalhado muito em meu coração sobre isso. Tenho experimentado novos e bons relacionamentos como nunca tive antes e estou me dispondo a ter um novo relacionamento com aqueles que há muito tenho convivência. Graças a Deus que isso tem acontecido de uma forma nova e abençoada. Quero me relacionar melhor. Sei que isso é um processo longo e permanente e que também depende dos dois lados. Quanto a mim estou dizendo a todos os meus queridos irmãos, como o apóstolo Paulo: “Falamos abertamente a vocês, […], e lhes abrimos todo o nosso coração! Não lhes estamos limitando nosso afeto, mas vocês estão limitando o afeto que têm por nós. Numa justa compensação, falo como a meus filhos, abram também o coração para nós!” (2 Co 6.11-13).

Outubro é mês de evangelização no calendário de nossa igreja. Nessa oportunidade quero comentar a respeito de um modo de evangelização que conquanto seja muito frutífero, é também o mais negligenciado. Trata-se da evangelização pela amizade. Esse método é mais lento, porém, mais consistente; não tão visível, contudo, é mais eficiente, porque é baseado na “amizade”, no “relacionamento”.

Jesus foi chamado de “amigo de pecadores” (Mt 11.19). Ele dizia: “Eu não vim chamar justos, mas pecadores ao arrependimento” (Lc 5.32). Jesus se relacionava muito bem com as pessoas. Ele fazia muito bem o que mais temos dificuldade de fazer: ter amizade com as pessoas que não são da nossa igreja nem do meio evangélico. Isso é muito negativo, pois nos diferencia muito daquele que é o nosso modelo e Senhor. “Ele viveu entre nós” (Jo 1.14). Os religiosos lhe criticavam porque os “pecadores” se reuniam para ouvi-lo (Lc 15.1-2). Jesus era muito sociável. Ele cativava crianças e velhos (Mt 19.11-15; Lc 2.25-30). Enfim, ele prendia a atenção de todos, pois está escrito que “a grande multidão o ouvia com prazer” (Mc 12.43). Isso parece tão diferente de muitos pregadores atuais que se orgulham de serem “antipáticos” em nome da verdade “nua e crua” que pregam.

Jesus disse que assim como o Pai lhe havia enviado, ele também nos envia (Jo 20.21). Isso tem implicações variadas e práticas. O apóstolo João escreveu que devemos viver de tal modo que no dia do juízo tenhamos confiança, por viver neste mundo como ele é. E a maneira mais parecida de viver como Jesus, é se aperfeiçoando no amor (1 Jo 4.17). Esse amor deve se expressar em favor dos que ainda não conhecem a Jesus pela experiência do novo nascimento.

Sempre estamos influenciando e sendo influenciados, quer tenhamos consciência disso ou não. Isso acontece mais pelo nosso modo de se relacionar do que apenas o falar. As pessoas querem mais do que um discurso pronto, elas querem relacionamento. Todos temos necessidade de contactar outras pessoas e cultivar amizade com elas.

Precisamos nos aproximar mais das pessoas, com naturalidade e amor. Existe o evangelismo de oportunidade “única”. E nesses casos, devemos falar de Jesus diretamente, mas não podemos subestimar a importância do evangelismo resultante de uma boa amizade. Depois da amizade feita, a pessoa aceita nos ouvir sobre qualquer assunto. Aí sim, devemos evangelizar com firmeza e fé, pois muito provavelmente seremos ouvidos.

Procure se inteirar mais do assunto, leia, pesquise… Mas jamais esqueça que nada substitui a prática da evangelização. E a melhor maneira de aprender a evangelizar, é evangelizando.

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