Uma das funções mais preciosas na vida cristã é a intercessão, ou seja, a oração em favor de outros. Há até quem defenda que alguns recebem de Deus o dom da intercessão, mas todos devem interceder.

É assustador constatar por meio de pesquisas confiáveis que apenas cinco por cento dos crentes têm uma vida consistente de oração. O poder de Deus é liberado através da intercessão. Em Êxodo 17.8-13 lemos da batalha de Refidim na qual Josué derrotou os amalequitas. Josué foi para o campo de batalha enquanto Moisés subiu ao monte para orar. Quando Moisés levantava a mão, Israel prevalecia; quando, porém, ele abaixava a mão, prevalecia Amaleque. Outro exemplo do poder da intercessão é o de Samuel. Quando os filisteus subiram contra Israel, o povo ficou amedrontado e disse a Samuel: “Não cesses de clamar ao Senhor, nosso Deus, por nós, para que nos livre da mão dos filisteus” (1Sm 7.8). “Clamou Samuel ao Senhor por Israel, e o Senhor lhe respondeu” (1Sm 7.9). A intercessão era tão importante para Samuel que ele disse ao povo: “Quanto a mim, longe de mim que eu peque contra o Senhor, deixando de orar por vós” (1Sm 12.23). Por isso, podemos dizer que os maiores intercessores do Antigo Testamento foram Moisés e Samuel, pois foi o próprio Deus quem disse: “Ainda que Moisés e Samuel se pusessem diante de mim, meu coração não se inclinaria para este povo” (Jr 15.1). É interessante observar neste versículo que os intercessores não são manipuladores de Deus, pois algumas coisas ele já estabeleceu concretamente, mas não deixa de considerar o papel dos intercessores.

A palavra “intercessão” é derivada do latim inter, que significa “entre”, e cedere, que significa “ir”. Intercessão, então, é estar entre ou permanecer na brecha. “Busquei entre eles um homem que tapasse o muro e se colocasse na brecha perante mim, a favor desta terra, para que eu não a destruísse; mas a ninguém achei” (Ez 22.30). Deus estranha quando não há intercessor (Is 59.16). Vale pensar nas palavras de João Wesley: “Deus não fará nada na terra exceto em resposta à oração de fé”.

No Novo Testamento, Jesus é o intercessor por excelência (João 17; Rm 8.34). Exatamente agora ele está intercedendo por nós (Hb 7.25). O Espírito Santo também intercede por nós (Rm 8.27). A Bíblia diz que devemos orar uns pelos outros para sermos curados (Tg 5.16). De fato, quando intercedemos uns pelos outros, Deus faz grandes coisas por outros e por nós. Quando o rei Herodes decidiu prender e matar alguns líderes cristãos, ele matou Tiago, mas não conseguiu matar Pedro. Enquanto Pedro esperava para ser executado, a igreja orava incessantemente a Deus por ele (At 12.5). O resultado disso foi que Pedro escapou da morte e Herodes morreu comido por vermes (At 12.23).

O apóstolo Paulo foi um grande intercessor: “... incessantemente faço menção de vós em todas as minhas orações” (Rm 1.9-10). Por conhecer o valor da intercessão, ele mesmo buscava intercessores em seu favor. Ele escreveu: “Irmãos, orai por nós” (1Ts 5.25); “rogo-vos, pois, irmãos, por nosso Senhor Jesus Cristo e também pelo amor do Espírito, que luteis juntamente comigo nas orações a Deus a meu favor” (Rm 15.30); “porque estou certo de que isto mesmo, pela vossa súplica e pela provisão do Espírito de Jesus Cristo, me redundará em libertação” (Fp 1.19); “... prepara-me também pousada, pois espero que, por vossas orações, vos serei restituído” (Fm 22). Que importância temos dado a intercessão?

Devemos priorizar a intercessão, orando por todos os homens (1Tm 2.1), mas de uma forma especial, devemos orar pelos pastores e líderes da igreja (Tg 3.1).