Marcas de uma Igreja Saudável - 5
por
Antonio Francisco
- 11 de mar. de 2010
Marca 5 - Uma compreensão bíblica quanto ao Evangelismo
Mark Dever
Já foi dito que a igreja que não é evangelística, logo deixará de ser evangélica. Paulo escreveu para Timóteo: “[...] suporta as aflições, faze o trabalho de um evangelista, cumpre cabalmente o teu ministério” (2Tm 4.5). Isso é para todos nós.
Revisando, consideramos até agora entre as marcas que caracterizam uma igreja saudável: a pregação expositiva, a teologia bíblica, uma compreensão bíblica do evangelho e da conversão. Uma forma de mensurar o quão importantes estas coisas são é considerar quais são as conseqüências para as congregações que as perdem. Os sermões podem facilmente tornar-se repetições de verdades há muito conhecidas. O cristianismo pode tornar-se indistinguível da cultura secular circunvizinha. O evangelho pode ser transformado em pouco mais do que auto-ajuda espiritual. A conversão pode-se degenerar de um ato de Deus a uma mera decisão humana. Mas tais congregações - com pregação superficial, pensamento secular, e um evangelho egocêntrico que encorajam pouco mais que uma única confissão verbal de Cristo (freqüentemente distorcendo Romanos 10:9) - não têm como proclamar adequadamente as tremendas novas da salvação em Cristo.
Para todos os membros de uma igreja, mas particularmente para os líderes que têm o privilégio e a responsabilidade de ensinar, uma compreensão bíblica do evangelismo é crucial. É evidente que a forma como alguém compartilha o evangelho está intimamente ligada à forma como essa pessoa entende o evangelho. Se sua mente foi moldada pela Bíblia quanto a Deus e o evangelho, quanto à necessidade humana e a conversão, então um entendimento correto sobre o evangelismo seguirá naturalmente. Nós deveríamos estar mais preocupados em conhecer e ensinar o próprio evangelho do que simplesmente tentar ensinar às pessoas métodos e estratégias para compartilhá-lo.
Biblicamente, evangelismo é apresentar abertamente as boas novas cofiando em Deus para converter as pessoas (veja Atos 16:14). "Ao SENHOR pertence a salvação" (Jonas 2:9; cf. João 1:12-13). Qualquer tentativa nossa de forçar nascimentos espirituais será tão efetiva quanto Ezequiel tentando costurar os ossos secos, ou Nicodemos tentando dar à luz a si mesmo. E o resultado será semelhante.
Se a conversão for entendida como apenas um compromisso sincero feito uma única vez, então nós devemos conduzir todas as pessoas àquele ponto de confissão verbal e de compromisso por todos os meios que pudermos utilizar. Biblicamente, entretanto, ainda que seja correto importar-se, conclamar, e persuadir, nosso principal dever é ser fiel à obrigação que temos diante de Deus que é de apresentar as mesmas Boas Novas que Ele nos deu. Deus produzirá conversões a partir da nossa apresentação destas Boas Novas (veja João 1:13; Atos 18:9-10).
É encorajador como novos cristãos parecem freqüentemente ter uma consciência inata da natureza graciosa da sua salvação. Provavelmente você ouviu testemunhos, até mesmo nas últimas semanas ou meses, que o lembram que a conversão é obra de Deus. “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie." (Efésios 2:8-9).
Se a membresia de uma igreja for visivelmente maior que sua freqüência, deve-se perguntar: Esta igreja tem uma compreensão bíblica da conversão? Além disso, deveríamos perguntar que tipo de evangelismo foi praticado que resultou em um número tão grande de pessoas não envolvidas na vida da igreja, e ainda considerando-se seriamente a membresia deles como uma boa evidência de salvação? A igreja contestou essa situação de alguma forma, ou pareceu perdoar esta situação através de um conveniente silêncio? Disciplina eclesiástica bíblica faz parte do evangelismo da igreja.
Em meu próprio evangelismo, eu procuro transmitir três coisas às pessoas sobre a decisão que eles têm que tomar sobre o Evangelho:
• primeiro, a decisão é custosa (por isso deve ser considerada cuidadosamente, veja Lucas 9:62);
• segundo, a decisão é urgente (por isso deve ser tomada, veja João 3:18, 36);
• terceiro, a decisão vale a pena (por isso deveria ser tomada, veja João 10:10).
Este é o equilíbrio que nós deveríamos nos esforçar para ter em nosso evangelismo junto à nossa família e nossos amigos. Este é o equilíbrio que nós deveríamos nos esforçar para ter em nosso evangelismo na igreja como um todo. Há uma série de recursos impressos excelentes sobre evangelismo.
Para considerar a conexão íntima entre a nossa compreensão do evangelho e os métodos evangelísticos que usamos, recomendo o livro de Will Metzger: Tell the Truth (Diga a Verdade) da Inter-Varsity Press, e os livros de Iain Murray: The Invitation System (O Sistema de Apelo) e Revival and Revivalism (Reavivamento e Reavivalismo) da Banner of Truth Trust.
Portanto, outra marca de uma igreja saudável é uma compreensão bíblica e prática do evangelismo. O único verdadeiro crescimento é o crescimento que vem de Deus.
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