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Jesus põe à prova os que queriam segui-lo

"Indo eles caminho fora, alguém lhe disse: Seguir-te-ei para onde quer que fores. Mas Jesus lhe respondeu: As raposas têm seus covis, e as aves do céu, ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça. A outro disse Jesus: Segue-me! Ele, porém, respondeu: Permite-me ir primeiro sepultar meu pai. Mas Jesus insistiu: Deixa aos mortos o sepultar os seus próprios mortos. Tu, porém, vai e prega o reino de Deus. Outro lhe disse: Seguir-te-ei, Senhor; mas deixa-me primeiro despedir-me dos de casa. Mas Jesus lhe replicou: Ninguém que, tendo posto a mão no arado, olha para trás é apto para o reino de Deus" (Lc 9.57-62).

A vida cristã é paradoxal. Ao mesmo tempo que é fácil seguir a Jesus é também muito difícil. Ele disse: "o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve" (Mt 11.30). Está escrito que os mandamentos de Deus não são difíceis (1Jo 5.3). Eles são praticáveis e prazerosos: "Suspiro, Senhor, por tua salvação; a tua lei é todo o meu prazer" (Sl 119.174). Essa aparente contradição apenas evidencia que seguir Jesus é mais que um mero mimetismo religioso, mas uma vida real, radical e abundante.

Por outro lado, seguir a Jesus não é coisa para aventureiros, precipitados e emocionalistas. Alguém dentre o povo se ofereceu para segui-lo para onde quer que ele fosse. Jesus lhe disse que tal decisão implicaria em desconforto, insegurança, limitações e necessidades. Como isso é tão diferente das mensagens ufanistas dos nossos dias. Seguir Jesus é um projeto de vida sem retorno, só se olha para a frente.

Para outra pessoa Jesus disse: Segue-me. Mas ele começou a colocar condições e prioridades que subestimavam a ordem de Jesus. Ele queria antes sepultar o seu pai, uma atitude louvável se não fosse para rejeitar a prioridade que Jesus deve ter em nossas vidas. Se o pai daquele homem tivesse morrido naquele dia, a palavra de Jesus pareceu muito dura. Mas se o homem queria esperar primeiro que seu pai morresse, Jesus lhe mostrou que há urgência na divulgação do Evangelho. Os mortos físicos podem ser sepultados pelos mortos espirituais, mas apenas os vivos espirituais podem anunciar o Reino de Deus.

Uma terceira pessoa também colocou-se à disposição de Jesus, desde que primeiro pudesse despedir-se de seus familiares. Mas Jesus, mais uma vez não aceitou tal condição. Ele não questionou a competência do voluntário, mas criticou sua inconstância e predisposição em olhar para trás. Quem segue Jesus deve passar pela ponte da decisão e quebrá-la em seguida. Olhar para trás quando decidimos seguir Jesus, pode nos empedrar, nos tornando cauterizados, perdendo assim a razão de viver.

Jesus não veio formar um fã clube, mas chamar pecadores das trevas para a luz e constituí-los num reino sacerdotal que anuncia as virtudes do Senhor (Cl 1.13; 1Pe 2.9-10). Precisamos quebrar paradigmas e assumir uma nova mentalidade cristã. Aliás, essa é a proposta bíblica, termos uma mente renovada (Rm 12.2). Mas, temos nos comportado como um elefante de circo. Ele vive preso a um tronco que facilmente poderia ser arrancado. Porém, como foi domesticado a viver assim desde pequeno, não consegue acreditar que possa livrar-se. Assim vivem muitos chamados seguidores de Jesus, vivem presos a esquemas antigos e não têm coragem de inovar no modo de viver o imutável Evangelho de Jesus. A Bíblia diz: "mas os que esperam no Senhor renovam as suas forças, sobem com asas como águias, correm e não se cansam, caminham e não se fatigam" (Is 40.31). Mas ao invés de nos comportarmos como águias, temos tido uma mentalidade de galinha. É como a historieta do fazendeiro que encontrou um ovo de águia no mato. Trouxe o ovo para casa e o colocou no ninho da galinha que chocava. Os pintinhos nasceram e a pequena águia passou a ter o mesmo comportamento do meio em que vivia, até o dia em que ouviu um pio nas alturas e num impulso institivo voou para nunca mais retornar ao poleiro das galinhas. Será que não temos tido um comportamento galináceo, quando deveríamos assumir nossa verdadeira identidade crendo que o Senhor nos capacita a andar altaneiramente!? (Hc 3.19).

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