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Tudo em comum

Acordei nesta linda manhã depois de um sonho muito agradável. Estava no encerramento de um encontro com algumas pessoas. Lembro que um rapaz falou com entusiasmo de sua participação semanal com um grupo de irmãos. Estávamos em círculo e nos levantamos para cantar. Ao som daquela música nos cumprimentamos e naturalmente comecei a dançar com uma jovem que estava ao meu lado, enquanto os outros também se cumprimentavam cada um ao seu modo, de forma descontraída e contagiante. As pessoas se tocavam com naturalidade, faziam carinhos e elogios mútuos. Acordei com minha esposa falando comigo e perguntando o que eu estava pensando. Contei-lhe o sonho com uma sensação agradável e com saudade daquele encontro tão bom e raro.

Acredito que esse sonho foi inspirado nas manifestações de carinho que recebi domingo passado na igreja. Somos feitos dos sonhos e os sonhos nos formam. Fui cumprimentado pelos irmãos, fui abraçado, ouvi declarações carinhosas e tudo de uma forma que me fez muito bem. Penso agora o quanto é importante as boas relações entre as pessoas. A gente chega a sonhar cada vez mais com esse modo de ser, porque assim deve ser comumente. A comunhão é uma necessidade inerente a cada um de nós. Fomos criados para os relacionamentos.

A maneira como a Bíblia descreve o modo de viver dos primeiros cristãos, sempre nos chama bastante a atenção. É claro que eles não eram perfeitos, mas, eram perseverantes em perseguir os valores cristãos, cada um levava muito a sério a vida com Deus, estavam sempre juntos e tinham tudo em comum; abriam mão de seus bens em favor dos necessitados, adoravam a Deus juntos, se confraternizavam com naturalidade, alegria e amor mútuo. Esse estilo de vida atraía a admiração dos de fora e fazia com que Deus aumentasse cada dia o número deles (At 2.42-47). Esse estilo de vida não deve ser um fato isolado da igreja primitiva, é também para nós hoje. É assim que Deus deseja.

Comunhão é ter tudo em comum. Fomos criados para viver assim. É uma pena que nos afastamos de Deus e adotamos o individualismo. O Senhor Jesus veio ao mundo para possibilitar as relações com Deus e com os homens (Is 53.6; 2 Co 5.18-21). Podemos nos alegrar com os que se alegram e chorar com os que choram (Rm 12.15). Isso é possível tendo uma vida comum com as pessoas. Saber que o filho de meu amigo foi aprovado no ano letivo me emociona de alegria. O mesmo não acontece com a pessoa ao meu lado que ouve a mesma informação. A diferença é que eu acompanhei o ano daquele menino. Ele adoeceu, tinha dificuldades com algumas matérias e outros problemas. Assim, por ter comunhão com aquela família, eu posso chorar e me alegrar com ela.

Que tal fazer o melhor uso possível da visão, da audição, do olfato, do paladar e do tato, para mostrar amor e carinho pelas pessoas ao nosso redor?

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