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30 anos de namoro

Na minha juventude uma música popular dizia: “A primeira namorada é difícil esquecer, se você não voltar logo, de saudade vou morrer”. Não é meu caso, pois moro com ela há mais de vinte e seis anos – minha esposa.

Despertei do sono 03:30 desta madrugada e não consegui mais dormir. Agora são exatamente 04:45. Já estou bocejando, mas aproveito para escrever sobre esse dia que lembra o início de meu namoro. Só namorei uma vez e casei. Sou marinheiro de primeira viagem, mas cedo descobri que essa é uma viagem sem retorno. Na verdade, não quero e nunca quis voltar atrás nessa relação abençoada, pois, “quem encontra uma esposa encontra algo excelente; recebeu uma bênção do Senhor”. Somente de Deus vem uma esposa abençoada, (Pv 18.22; 19.14), e sou abençoado.

Como é bom lembrar daquela noite do “idem”. Ela tomou a iniciativa de falar namoro para mim, e tudo o que ela dizia, eu confirmava dizendo “idem”, tão tímido era. Fui para casa quase flutuando. Naqueles primeiros dias, quase nada aconteceu. Até parecia que não estávamos namorando. Pegar na mão demorou, um beijinho no rosto custou acontecer, mas foi melhor assim. É bem verdade que tivemos nossos momentos “apimentados”, mas, nada que hoje escandalizasse alguém.

Uma vez minha namorada me deu um cartão que dizia o seguinte: “Tudo me faz lembrar você, e isso me deixa muito feliz”. Acredito que aquelas palavras expressavam exatamente a minha realidade. Vivi quase em função dela naqueles primeiros anos de namoro. Mas percebo que isso não passou, continua, desde que começamos a namorar naquele dia 30 de agosto de 1978, menos de dois meses depois que me converti a Cristo.

Nossa história é limpa, mesmo sem esquecer os aspectos negativos que aconteceram, porque até mesmo nisso, usamos de transparência, trazendo tudo à luz. Poderia exibir o filme de nossa história sem nada retirar. O recato dela foi uma proteção natural em nosso relacionamento. Tudo nela me agradava – suas roupas, seus perfumes, seu cabelo, seu sorriso, sua dedicação a Deus, sua simplicidade, enfim, tudo nela me fazia feliz. Casamos com a firme convicção de que fomos feitos um para o outro. Ao longo de nosso casamento temos dito isso algumas vezes. E sem querer apenas romantizar, pois não se pode negar que numa relação a dois existem os altos e baixos. Com a gente não tem sido diferente. Mas como louvo a Deus, pelo fato de nos conservar juntos nessas três décadas.

Louvo a Deus por nossas filhas e o genro que nos deu. Já estou desejando netos, o que deixa explícito que o tempo passa, as coisas mudam, e as lembranças se afloram pelas muitas experiências vividas. Começaria tudo de novo com a mesma namorada, mesmo a conhecendo tão bem como a conheço. Sei que ela poderia ter um marido melhor do que eu, e que outro em meu lugar seria muito privilegiado. Assim, peço a Deus que me ajude a continuar namorando com essa menina que ele me deu, e que ainda hoje vive comigo como uma bênção há trinta anos.

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