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Tentação e decapitação

“Quando Jesus ouviu que João tinha sido preso, voltou para a Galiléia” (Mt 4.12).

É comum ver incentivo e aclamação no início de um serviço, de uma profissão ou missão específica. O final de um trabalho também costuma ser reconhecido e recompensado. Mas não foi isso que aconteceu com dois nomes singulares na história bíblica – Jesus e João Batista. Jesus, o imaculado Filho de Deus que nunca pecou (Hb 4.15) e que podia dizer: “Qual de vocês pode me acusar de algum pecado? Se estou falando a verdade, porque vocês não crêem em mim?” (Jo 8.46). Esse Jesus de vida perfeita, que nunca cometeu pecado, ou deixou de fazer qualquer coisa que justificasse punição ou condenação, foi chamado de “homem de dores e experimentado no sofrimento” (Is 53.3). Sofreu física, moral e espiritualmente. Mas aqui quero apontar o aspecto de que Jesus foi tentado pelo Diabo. A tentação é uma indução ao pecado. Se Jesus foi tentado e nunca pecou, fica claro que a tentação não é em si um pecado, mas uma chamada ao pecado. Jesus passou por todo tipo de tentação (Hb 4.15). Ele começou seu ministério sendo tentado e muitas vezes foi tentado (Lc 4.13). Na semana de sua crucificação o Diabo entrou em um de seus apóstolos, e este o entregou para ser preso (Jo 13.27).

O outro nome mencionado acima é o de João Batista. Ele era diferenciado. Jesus disse que “entre os nascidos de mulher não surgiu ninguém maior do que João Batista” (Mt 11.11). Ele foi a voz que Deus escolheu para anunciar a chegada de Jesus (Mt 3.1-3). Ele testemunhou da verdade e foi como uma candeia que queimava e irradiava luz (Jo 5.33, 35). Mesmo com todas essas prerrogativas, ele foi preso e decapitado pelo rei Herodes (Mt 14.1-12). A santidade não evita a tentação nem a crueldade humana.Deus nunca nos tenta (Tg 1.13). Melhor ainda é saber que é possível vencer toda e qualquer tentação (1 Co 10.13). Mas, viver para Deus, inclui sofrimento, até porque ele nos prepara para uma eternidade melhor (1 Pe 3.17; 2 Co 4.16-18).

O propósito de Deus é nos tornar semelhantes a Jesus, não a uma criança mimada (Rm 8.28-29).

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