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A conservação do vinho e dos odres

Estamos numa transição. O que é isso? Estamos passando de uma igreja com grupos pequenos para nos tornarmos uma igreja em células. Antes tínhamos grupos pequenos como parte dos programas da igreja. Mas agora seremos uma igreja que vive em células. Tudo na igreja será em função das células. Viveremos em células.

Milhares de pequenas unidades se juntam para formar o corpo humano. Essas unidades são chamadas células. No ventre da mãe começa a vida de uma criança em uma célula que cresce e se multiplica em muitas outras, se transformando em um corpo humano admirável!

A célula na igreja é um grupo de oito a quinze pessoas que formam uma comunidade para crescer no relacionamento de uns com os outros, experimentar o amor de Deus, e alcançar os incrédulos para Cristo.

Nos tempos antigos, guardava-se o vinho em vasilhas de couro de cabra. Essas vasilhas eram chamadas de odres. O suco de uvas frescas devia ser colocado em odres novos porque ao fermentar, o vinho se expandia, e os odres novos se esticavam. Mas um odre velho que já não tinha elasticidade estouraria ao receber vinho novo. Jesus trouxe o vinho do Evangelho com um novo estilo de vida que não pode ser confinado em antigas formas (Mt 9.16-17).

Jesus é a ponte entre o velho e o novo jeito de viver para Deus. Quando ele morria na cruz, o véu do templo foi rasgado de alto a baixo (Mt 27.51) para dar acesso irrestrito a todos nós. Ele quebrou paradigmas para implantar o novo. Ele se identificou mais com a sinagoga do que com o templo. Ele vivia nas casas, sempre cercado de pessoas, porque ele era de fácil acesso.

Jesus escolheu o seu grupo protótipo (os doze apóstolos), para mostrar como se deve discipular num relacionamento dinâmico de um grupo pequeno (célula). A partir desse modelo, devemos seguir fazendo o mesmo. A única maneira de experimentarmos os mandamentos recíprocos dos “uns aos outros”, é numa célula. Assim como o vinho novo fermenta exigindo espaço para se expandir, de igual modo a prática da vida cristã precisa se expressar em relacionamentos verdadeiros.

O templo cumpriu o seu papel na velha aliança. Com a vinda de Jesus ele perdeu a centralidade. Deus procura verdadeiros adoradores que o adorem em todos os lugares. Por isso que usamos a máxima que diz: “Cada casa uma igreja, cada membro um ministro”. A igreja primitiva viveu seus primeiros três séculos nas casas.

Dizendo isso não estou combatendo as reuniões de todos os crentes num mesmo local. A Bíblia diz que é exatamente assim que deve ser: “Todos os dias, no templo e de casa em casa, não deixavam de ensinar e proclamar que Jesus é o Cristo” (At 5.42). É como uma ave, que para alçar vôo, precisa de suas duas asas.

A igreja deve conservar o vinho novo revelado no Novo Testamento e também preservar os odres (casas) onde esse vinho deve ser consumido e expandido pelo mundo afora. Esse equilíbrio deve ser conservado: a igreja do atacado e a igreja do varejo; a igreja dos grupos pequenos e a igreja dos grandes ajuntamentos para celebração. Conservando vinho e odres, nós cumprimos o ideal de Jesus.

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