Paginas

Igreja, lugar de cura

14 “Quando chegaram onde estava a multidão, um homem aproximou-se de Jesus, ajoelhou-se diante dele e disse: 15 Senhor, tem misericórdia do meu filho. Ele tem ataques e está sofrendo muito. Muitas vezes cai no fogo ou na água. 16 Eu o trouxe aos teus discípulos, mas eles não puderam curá-lo. 17 Respondeu Jesus: Ó geração incrédula e perversa, até quando estarei com vocês? Até quando terei que suportá-los? Tragam-me o menino. 18 Jesus repreendeu o demônio; este saiu do menino que, daquele momento em diante, ficou curado. 19 Então os discípulos aproximaram-se de Jesus em particular e perguntaram: Por que não conseguimos expulsá-lo? 20 Ele respondeu: Porque a fé que vocês têm é pequena. Eu lhes asseguro que se vocês tiverem fé do tamanho de um grão de mostarda, poderão dizer a este monte: Vá daqui para lá, e ele irá. Nada lhes será impossível. 21 Mas esta espécie só sai pela oração e pelo jejum” (Mt 17.14-21).

Quando os discípulos foram criticados por comerem com publicanos e ‘pecadores’, Jesus disse: “Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas sim os doentes. Eu não vim chamar justos, mas pecadores ao arrependimento” (Lc 5.31-32). Com isso ele deixou claro que a igreja não é composta de pessoas perfeitas. Mesmo regenerados, ainda pecamos e temos problemas vários. Somos salvos, mas também estamos sendo salvos (1 Co 1.18 – NVI). Contudo, é através da igreja que a graça de Jesus se manifesta de forma curadora. Ele disse: “Se perdoarem os pecados de alguém, estarão perdoados; se não os perdoarem, não estarão perdoados” (Jo 20.23). Também lemos: “[…] confessem os seus pecados uns aos outros e orem uns pelos outros para serem curados. A oração de um justo é poderosa e eficaz” (Tg 5.16).

1. As pessoas estão sofrendo muito (vs.14-15). Jesus tomou três de seus discípulos e subiu ao conhecido monte da transfiguração. Os discípulos ficaram maravilhados com a experiência que ali tiveram. Ao descerem, tiveram que tratar com a realidade da vida nua e crua. Um homem pede ajoelhado que Jesus tivesse misericórdia de seu filho que sofria muito com ataques, caindo no fogo e outras vezes na água. Não apenas aquele filho, mas toda a sua família sofria muito com aquela situação. Tem muita gente sofrendo ao nosso derredor. Pessoas que sofrem com doenças emocionais que geram problemas físicos conhecidos como psicossomáticos. Pessoas que sofrem com vícios, medos imaginários, pressões financeiras, e tantas causas, que não seria fácil enumerá-las. Dentro da própria igreja tem muita gente sofrendo, presas a coisas passadas ou atuais que as impede de crescerem na fé.

2. A igreja não tem correspondido às expectativas (vs.16-18). O pai daquele moço havia pedido a ajuda dos discípulos, mas eles não puderam curá-lo. Isso ilustra o que está acontecendo em grande parte da igreja atual. Há muito entretenimento, mas pouco comprometimento, muito trovão, mas pouca chuva, muito calor, mas pouco fogo, muita expansão, mas pouca espessura. Jesus ficou irado com a inoperância dos discípulos. Ele os coloca na categoria de incrédulos e perversos, pessoas de convivência desagradável. Ele cura o rapaz, mas deixa claro que aquilo poderia ter sido feito pelos discípulos. Eles ainda não conseguiam fazer o que foram destinados a exercer. Fico pensando como isso é tão real em nossos dias. Quanta ineficiência por parte daqueles que foram chamados para brilhar nas trevas e libertar os oprimidos do Diabo. A igreja não pode ficar sem respostas ao sofrimento daqueles que a procuram.

3. Mas, a igreja pode e deve fazer a diferença (vs.19-20). Assustados com a justa repreensão, os discípulos perguntam a Jesus a razão de não conseguirem expulsar aquele demônio. A resposta de Jesus não poderia ser mais incômoda para eles. A fé pequena demais foi a causa do fracasso. Mas Jesus não parou aí. Ele lhes assegurou que se tivessem fé do tamanho de um grão de mostarda, a menor das sementes conhecidas, poderiam remover montes de problemas. E disse algo muito inspirador para a igreja: “Nada lhes será impossível”. A igreja vive como um leão adormecido desconhecendo o potencial que tem. O exercício da fé em Jesus poderá proporcionar libertação aos que sofrem muito. A igreja é uma comunidade terapêutica, e deve mostrar isso para a glória de Deus. A igreja não deve ser conhecida como um lugar assustador, mas oferecer um ambiente onde as pessoas encontrem cura.

4. A igreja deve usar os instrumentos indicados por Jesus (v.21). A palavra original para “ataques” é ‘lunático’. Havia uma crença de que algumas pessoas sofriam de convulsões conforme as fases da lua. Era uma espécie de epilepsia. Mas nada disso era verdade. Aquele homem estava possuído por um demônio que o atormentava. O caso dele não era de medicamentos, pois seu problema não era de origem orgânica, mas sobrenatural no âmbito do espírito. Nenhuma terapia humana poderia ajudá-lo, nenhuma análise poderia curá-lo. Ele só poderia ser ajudado por pessoas que orassem e jejuassem. Jesus disse que sua casa seria conhecida como casa de oração para todos os povos (Mc 11.17). A igreja deve valorizar a oração e o jejum como disciplinas espirituais e instrumentos de vitória sobre o mal e resposta ao sofrimento daqueles que buscam a Deus, procurando a igreja. Oremos e jejuemos cada vez mais.

Conclusão. Deus nos ajude a manter o perfil de ser da igreja. Tem muita gente sofrendo fora e dentro da igreja. Sem nenhum exagero, a igreja e somente a igreja tem resposta para o sofrimento desse mundo. Quando digo que a igreja é a resposta, estou falando de Jesus, de quem a igreja é o corpo vivo. Devemos ser menos estrutural e mais relacional. A Bíblia compara a igreja com uma família, não com um clube. Vamos punir menos e amar mais. Vamos procurar entender o sofrimento das pessoas e mostrar, experimentar e comprovar o poder curador de Jesus para nós.

Deixe o seu comentário