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A maturidade do atleta cristão

“(…) exercite-se na piedade” (1 Timóteo 4.7).

Estamos nos exercitando na piedade como bons atletas cristãos? O Novo Testamento faz paralelos entre o treinamento e o desempenho dos atletas que competiam nos Jogos Olímpicos e os deveres e privilégios dos cristãos. Existem mais de 50 referências aos esportes no Novo Testamento.

Os atletas Olímpicos submetiam-se a dez meses de treinamento rigoroso; era uma condição inflexível, sem exceção (1 Co 9.25). Deviam moderar seus desejos e absterem-se de certos passatempos que poderiam prejudicar suas aptidões. Observavam uma dieta balanceada e sem gorduras. Precisamos de domínio próprio como fruto do Espírito Santo para o nosso bom desempenho espiritual (Gl 5.23).

Não basta admirar o sacrifício, a disciplina e o domínio próprio dos atletas. Também devemos ter dedicação semelhante como discípulos de Cristo. Um corpo mimado e poupado significa corrida perdida. Um atleta flácido não ganha nenhuma medalha. A corrida cristã é uma maratona que dura por toda a vida (Hb 12.1). Não devemos relaxar jamais, mas seguir as regras na Bíblia para corrermos bem (2 Tm 2.5).

Há muitas influências para nos desviar do alvo (Gl 5.7). Temos um Adversário manhoso, que usa seus seis milênios de perversa experiência para nos jogar para fora da pista. Não podemos ignorar as suas intenções (2 Co. 2.11). Devemos manter os olhos fitos em Jesus sem olhar para trás: “(…) uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que ficam para trás e avançando para as que estão adiante, prossigo para o alvo, a fim de ganhar o prêmio do chamado celestial de Deus em Cristo Jesus” (Fp. 3.13-14; Hb 12.2).

Depois de empregar a figura do corredor em 1 Coríntios 9.26-27, Paulo volta-se para o boxe: “Sendo assim, não corro como quem corre sem alvo, e não luto como quem esmurra o ar. Mas esmurro o meu corpo e faço dele meu escravo (…)”. Temos que lutar contra nós mesmos (Rm 7.18). É como se Paulo estivesse dizendo: “Eu acerto todos os golpes; e os acerto em meu próprio corpo. Logo, meu corpo é meu servo, e não meu senhor”.

Paulo terminou seu breve comentário sobre os jogos com uma nota séria. Apesar do vasto alcance de suas realizações, ele ainda reconhecia a astúcia do Inimigo e a fraqueza da sua própria natureza humana. “Mas esmurro o meu corpo e faço dele meu escravo, para que, depois de ter pregado aos outros, eu mesmo não venha a ser reprovado” (1 Co. 9.27).

Quando Paulo já estava velho, veio a descobrir que o mundo não se tornara menos enganoso, nem o pecado menos sedutor. O Diabo não se tornara menos malicioso do que nos tempos de sua mocidade, e ainda lhe causava um medo saudável.

A palavra “reprovado” não tinha referência à sua salvação. Ele não tinha medo de perdê-la, mas temia ser reprovado, ou seja, perder a sua recompensa. Isso equivale dizer ter corrido em vão. Tenhamos esse mesmo medo saudável, e corramos de tal maneira que alcancemos o prêmio.

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