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Evite a ira e a imoralidade

Depois de dizer: “Não pensem que vim abolir a Lei ou os Profetas; não vim abolir, mas cumprir” (Mt 5.17), Jesus ilustra o que disse referindo-se ao sexto e sétimo dos dez mandamentos, que proíbem o homicídio e o adultério.

Mateus 5.21-26

21.“Vocês ouviram o que foi dito aos seus antepassados: Não matarás, e quem matar estará sujeito a julgamento. 22. Mas eu lhes digo que qualquer que se irar contra seu irmão estará sujeito a julgamento. Também, qualquer que disser a seu irmão: Racá, será levado ao tribunal. E qualquer que disser: Louco!, corre o risco de ir para o fogo do inferno. 23. Portanto, se você estiver apresentando sua oferta diante do altar e ali se lembrar de que seu irmão tem algo contra você, deixe sua oferta ali, diante do altar, e vá primeiro reconciliar-se com seu irmão; depois volte e apresente sua oferta. 25. Entre em acordo depressa com seu adversário que pretende levá-lo ao tribunal. Faça isso enquanto ainda estiver com ele a caminho, pois, caso contrário, ele poderá entregá-lo ao juiz, e o juiz ao guarda, e você poderá ser jogado na prisão. 26. Eu lhe garanto que você não sairá de lá enquanto não pagar o último centavo”.

Jesus deixou bem claro que estava aprofundando e não destruindo as exigências da lei. O mandamento não matarás significa não cometer homicídio ou assassinato. Negar a supressão da vida em qualquer circunstância (como a pena de morte ou guerra), é ir contra passagens como Gênesis 9.6 e Romanos 13.1-5 e outros textos bíblicos.

1. Evite a ira e o insulto (vs. 21-26). Para os escribas e fariseus, o sexto mandamento se restringia ao ato do homicídio. Mas Jesus discordou deles, pois, além do homicídio, incluía pensamentos, palavras, atos e insultos. Na verdade, nem toda ira é maligna, pois a Bíblia fala muito da ira de Deus, que sempre é santa e pura. Até mesmo os seres humanos podem sentir uma ira justa (Ef 4.26-27; Tg 1.19). A referência de Jesus, então, é à ira injusta, do ódio e da vingança.

Jesus adverte sobre o perigo de desprezar o irmão, insultando sua inteligência, chamando-lhe de “cabeça-oca”, pateta, estúpido, ou “cabeça-dura”. Quem trata assim o seu irmão corre o risco de ir para o fogo do inferno. Pensamentos coléricos e palavras insultuosas, diante de Deus, são equivalentes ao homicídio: “Quem odeia seu irmão é assassino, e vocês sabem que nenhum assassino tem a vida eterna em si mesmo” (1 Jo 3.15).

Sendo a ira e o insulto tão sérios e tão perigosos, então devemos fugir deles como praga e tomar precauções o mais rapidamente possível. Jesus apresentou duas ilustrações: a primeira, da pessoa que vai ao templo oferecer sacrifícios a Deus (vs. 23-24); e a segunda, da pessoa que vai ao tribunal responder a acusações (vs 25-26). As figuras são diferentes: uma é extraída da igreja; a outra, do tribunal. Uma diz respeito a um “irmão” (v. 23) e a outra refere-se a um inimigo (v. 25). Em ambos os casos Jesus mostra a necessidade imediata de reconciliação.

Se queremos evitar o homicídio perante Deus, devemos tomar todas as possíveis medidas positivas para vivermos em paz e em amor com todos os homens. Essa, certamente é a vontade de Deus.

2. Evite a imoralidade (pornografia) (vs. 27-30). Agora Jesus volta-se do sexto para o sétimo mandamento, da proibição do homicídio para a proibição do adultério.

Mateus 5.27-30

27. “Vocês ouviram o que foi dito: Não adulterarás. 28. Mas eu lhes digo: Qualquer que olhar para uma mulher para desejá-la, já cometeu adultério com ela no seu coração. 29. Se o seu olho direito o fizer pecar, arranque-o e lance-o fora. É melhor perder uma parte do seu corpo do que ser todo ele lançado no inferno. 30. E se a sua mão direita o fizer pecar, corte-a e lance-a fora. É melhor perder uma parte do seu corpo do que ir todo ele para o inferno”.

Os rabinos achavam que eles e seus alunos guardavam o sétimo mandamento contanto que evitassem o ato do adultério propriamente dito. Eles tinham uma definição conveniente do pecado sexual.Jesus ensinou diferente. Ele estendeu as implicações da proibição divina. Assim como a proibição do homicídio incluía o pensamento colérico e a palavra insultuosa, a proibição do adultério incluía o olhar desejoso e a imaginação. Podemos cometer assassinato com nossas palavras; e podemos cometer adultério em nossos corações ou mentes (vs. 28).

As relações sexuais dentro dos votos do casamento é algo lindo que Deus nos deu. O que Jesus reprova aqui é o sexo ilegal fora do casamento, praticado por pessoas casadas ou solteiras. Ele não nos proíbe de olhar para uma mulher, mas, sim, de fazê-lo com cobiça. Todos nós sabemos a diferença que há entre o olhar e o cobiçar. A alusão de Jesus é a todas as formas de imoralidade para ambos os sexos.

Se o adultério do coração é estimulado pelos olhos, então devemos ter cuidado para onde olhamos. Jó aprendeu a lição. Ele disse: “Fiz acordo com os meus olhos de não olhar com cobiça para as moças” (Jó 31.1, 7, 9). Jó controlava seu coração controlando os seus olhos. Cabe aqui uma palavra para as mulheres. Não confundam ser “atraente” com o ser “sedutora”.

A ordem de Jesus de desfazer-se dos olhos, mãos e pés (vs. 29-30; 18.8-9), não é um incentivo a automutilação literal física, mas uma abnegação moral sem concessões. Não mutilação, mas mortificação (Mc 8.34; Cl 3.5). Cada um de nós deve considerar-se sem olho, sem mão e sem pé, para tudo o que nos leva a pecar.

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